quinta-feira, 17 de junho de 2010

Coordenadora do SBTVD fala ao Mundo Digital

Liliana Nakonechnyj é a atual Presidente da SET é Diretora de Engenharia de Transmissão e Apoio às Afiliadas da TV Globo e participante do Fórum Brasileiro de TV Digital. Engenheira de telecomunicações formada pela PUC-RJ, trabalhou na interiorização da televisão analógica no Brasil e no desenvolvimento e implantação de novas tecnologias de transmissão. Desde 1994, esteve envolvida nos estudos para a introdução da TV digital em nosso país. Atualmente, dedica-se à implantação da TV digital no Brasil.

Como a Copa do Mundo vai influenciar no mercado de TV Digital?
Desde 1998, demonstrações da Copa do Mundo em alta definição foram realizadas pelas emissoras para pequenos grupos. Esta é primeira Copa do Mundo em que a Copa em HD está disponível para o grande público brasileiro. Atualmente, quase 80 milhões de brasileiros moram em áreas cobertas por TV Digital. Na alta definição, o telespectador visualiza o campo e as jogadas por inteiro, percebe todos os detalhes dos passes, a expressão dos jogadores, sente-se próximo à ação, envolvido por ela. Enfim, quem tem oportunidade de ver um jogo em alta definição, vai fazer o que estiver ao seu alcance para continuar desfrutando dela. E os televisores ful HD estão progressivamente mais acessíveis para permitir essa experiência fantástica.
Além disso, a Copa influencia a adoção da TV em mobilidade – outra grande vantagem da TV digital. Para o torcedor, é reconfortante saber que pode sair de casa e recorrer a um miniTV ou telefone celular para continuar vendo um jogo. Esses dispositivos para captação de sinais de televisão em movimento, que também incluem receptores USB para uso em computador, deverão ser bastante popularizados durante a Copa 2010.

O que faz as pessoas procurarem a TV digital?
Primeiro, ver imagens perfeitas, sem fantasmas e sem chuviscos e ouvir sons límpidos, sem chiados. Isso pode ser obtido, a um custo relativamente baixo, captando-se o sinal do ar com antena de UHF e usando-se um conversor digital, ligado ao televisor já existente na casa do telespectador. Se o telespectador puder comprar um televisor digital full HD com o conversor integrado, então, pode ligar a antena de UHF diretamente a ele e terá acesso, também, à experiência da alta definição.

Quais as possibilidades da interatividade?
A interatividade é outro benefício da TV digital que está estreando na Copa. Os primeiros televisores e telefones com a capacidade interativa acabam de ser lançados no mercado. As emissoras prepararam aplicativos interativo sobre a Copa 2010. Assim, os telespectadores que dispuserem desses aparelhos poderão participar em primeira mão dessa nova experiência. A partir de agora, com televisores e telefones interativos no mercado, as emissoras incrementarão sua oferta de aplicativos interativos. O telespectador terá acesso a novas informações sobre a programação, poderá participar dos programas, por exemplo, votando ou enviando opiniões, ou ainda, participando de games. A televisão passará a oferecer a possibilidade de interação entre o cidadão e o produtor de conteúdo, ou até facilitando a formação de redes sociais. Certamente serão desenvolvidos também aplicativos educativos, de inserção social e de cidadania.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Qual TV comprar?

A copa chegou e, junto com ela, o aumento nas vendas de aparelhos de TV. Entretanto, com avanço tecnológico nesta área e os diversos tipos de TVs disponíveis, o consumidor pode ficar confuso na hora de comprar o seu aparelho. Por isso, para esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto, o blog Mundo Digital mostra as principais diferenças entre a TV de LCD, plasma, LED e tubo.


LCD


Tecnologia, evolução, construção
LCD – (Liquid Crystal Display) – é uma tecnologia onde a tela funciona como um anteparo que controla a passagem da luz, para formar a imagem. Na TV de LCD, existe uma iluminação traseira (back light) atrás da tela de cristal líquido, feita por uma lâmpada tipo fluorescente.
TV LCD
Conforme o controle eletrônico (corrente elétrica) os pontos brilham ou não, ou seja, a imagem é formada pela permissividade ou não de passagem da luz emitida por trás. Sem corrente elétrica, o cristal liquido é transparente. Na presença da corrente, ele se torna opaco.
Vantagens
- Baixo consumo de energia
- Melhor eficiência comparando-se com os antigos televisores de tubos (CRT)
- Menor desgaste da tela (Display)
- Custo de manutenção menor do que os de plasma e CRT
- Melhor geometria, Tela fina e leve
Desvantagens
- Baixa resolução principalmente em vídeo composto analógico (TV a cabo)
- Ângulo de visão reduzido
- Iluminação mínima constante das partes pretas, reduzindo o contraste
- Falta de uniformidade da luz traseira provocando deformação da imagem


Plasma



Tecnologia, evolução, construção
Tela formada por células com gás em seu interior, montadas entre duas partes de vidro, que emitem ondas eletromagnéticas quando excitadas pela corrente elétrica. O gás então ionizado pela presença da corrente elétrica se transforma em plasma, emitindo luz.
O brilho da tela é reforçado pela presença de uma camada de fósforos que brilham, excitados pelo plasma.
Vantagens

- Emissão de luz pelas células da tela, proporcionando melhor brilho, contraste e resolução
- Cenas escuras, com corte de luz
- Melhor ângulo de visão
- Melhor uniformidade da luz em todas as partes da tela
Desvantagens
- Maior índice de desgaste e defeito, devido às fontes para excitar as células
- Maior emissão eletromagnética – luz ultra-violeta
- Aparelho com maior profundidade e mais pesado
- Dificuldade de montagem de telas menores do que 40”

LED



Tecnologia, evolução, construção
É o mesmo TV de LCD, com uma modificação importante: a iluminação traseira, que no LCD convencional é feita por lâmpadas; no TV com LED, é feita por um painel de diodos emissores de luz, montado atrás do display de cristal Liquido. A tela é a mesma do TV LCD.
Vantagens
- Permanece com Baixo consumo de energia
- Maior uniformidade da luz traseira
- Melhor resolução em vídeo componente e HDMI
- Profundidade ainda mais reduzida – os Leds ocupam menor espaço do que as lâmpadas (back light)
Desvantagem
- Também apresenta baixa resolução em vídeo composto analógico
- Como é uma tecnologia nova, o custo ainda está muito alto.


Tubo



O tubo de imagem é uma montagem em um bulbo de vidro a vácuo, de três eletrodos (catodos) que aquecidos pela corrente elétrica emitem elétrons que são acelerados em direção a uma tela de fósforos. É necessário circuitos de alta tensão para fazer os elétrons chegarem até a tela, depois de passarem por uma máscara de convergência que corta a maior parte do feixe. A convergência significa assegurar que o feixe do canal verde atinja somente os fósforos verdes, e a mesma coisa para os feixes vermelho e azul.
Vantagens
- Emissão de luz na própria tela de fósforos
- Alto brilho e contraste
- Boa resolução
- Excelente ângulo de visão
- Baixo custo atual dos televisores maiores
Desvantagem
- Geometria – ocupam muito espaço
- Emissão eletromagnética
- Erros de convergência nos cantos da tela
- Desgaste dos catodos provocando variações nas cores e baixa vida útil do cinescópio.
- Maior consumo de energia

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Copa do Mundo aquece o mercado de transmissão


Faltam poucos dias para o início da Copa do Mundo. O evento que acontece de quatro em quatro anos é um balanço na rotina dos brasileiros, que fazem de tudo para acompanhar os jogos da seleção. Mas, este ano, por causa do desenvolvimento tecnológico na área de transmissão, a Copa da África do Sul ficará marcada não pela simples vontade dos telespectadores de assistirem as partidas, mas pela vontade de vê-las com a melhor qualidade de som e imagem. Para isso, os consumidores apostarão no Sistema Digital. Segundo previsão do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), o número de telespectadores de TV Digital no Brasil deve triplicar com a Copa.

Desde dezembro de 2007, quando as redes inauguraram a TV Digital aberta no Brasil, até 2009, foram vendidos 2 milhões de unidades, entre TVs prontas para exibir canais digitais, conversores de sinais, celulares com TV digital, e outros aparelhos. Neste ano de Copa, a expectativa é de que sejam comercializadas mais de 6 milhões de unidades. Segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos eletrônicos (Eletros).
O funcionário público, Jackson Pontes, se apressou para comprar a sua TV com conversor digital. “A Copa vai acontecer em um momento de avanço tecnológico em relação a TV. Não podia deixar de comprar a minha. Quero assistir aos jogos em um aparelho de TV com ótima imagem”, disse.

Jackson não é o único a pensar desta forma, a população inteira se utiliza dos avanços na tecnologia para aproveitar ainda mais a Copa. Pensando nisto, as empresas de TV por assinatura estão investindo alto em novidades, promoções e pacotes mais baratos para atrair novos consumidores. Os ecos do Campeonato na África do Sul já são sentidos por essas empresas. Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em abril, o país registrou o total de 8,03 milhões de novos usuários do serviço de TV a cabo, número 1,4% maior do que o verificado no mês de março. No ano, o setor já acumula alta de 7,5%.

A copa no continente Africano será a primeira transmitida totalmente em alta definição. Mesmo quem não tem a assinatura de um pacote de TV a cabo, ou um aparelho de tv com conversor poderá receber o sinal em High Definition. As emissoras Bandeirantes e Rede Globo pretendem fazer a transmissão em HD para os locais onde há sinal digital.
Entretanto, apenas 32 cidades recebem este sinal. Por isso, há quem prefira comprar um aparelho de TV com conversor integrado, ou assinar pacotes nas empresas de TV a cabo, para ter direito a canais como SPORTV HD e ESPN HD.


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Coordenador do Ginga-DF fala sobre TV Digital

O blog Mundo Digital conversou com o coordenador do Grupo Ginga-DF. Na entrevista ele falou sobre as diversas possibilidades do Sistema Digital.



1-Fale sobre o Grupo Ginga-DF. Como surgiu? Porque? Qual o objetivo?
O Ginga-DF surgiu depois de eu ter participado, em 2007, da oficina de multiplicadores, que aconteceu na PUC-RIO, para a semana Ginga Brasil, onde fui representando a Associação Cultural FAISCA, em que sou membro, para fazer parte de um grupo que passaria por uma formação com o objetivo de se tornarem multiplicadores desse conhecimento. Essa oficina aconteceu, simultaneamente, em mais ou menos 16 estados brasileiros. Após essa semana, junto com a Associação Cultural FAISCA, oferecemos cursos gratuitos e várias palestras para a comunidade do DF.

O grupo tem como objetivo reunir pessoas interessadas em falar sobre a TV digital e diminuir a distância que existe entre a sociedade e a tecnologia. Essa distãncia fica ainda maior quando se trata de pessoas afastadas dos centros e com acesso limitado a internet.

2- O que é o Ginga?
Ginga é um Middleware para aplicações de TV Digital adotado pelo Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD) e que será instalado em conversores (set-top boxes) e em televisores. Ele possui bibliotecas, máquinas de execução para as linguagens oferecidas para o desenvolvimento de aplicações. Middleware é a camada de software que fica posicionada exatamente entre a infra-estrutura (hardware) e o código das aplicações.

3- Quais são as suas formas?
O sistema é subdividido em três subsistemas principais interligados (Ginga-CC, Ginga-NCL e Ginga-J), que permitem o desenvolvimento de aplicações seguindo dois paradigmas de programação diferentes (declarativo e procedural).

Ginga-CC (Ginga Common-Core) oferece o suporte básico para o ambiente declarativo e procedural e tem como principais funções a exibição dos objetos de mídia JPEG, MPEG-4, MP3, GIF, o controle do plano gráfico, o tratamento do canal de interatividade, entre outras.

O ambiente de execução que processa aplicações NCL (declarativo) é chamado de Ginga-NCL, que é uma aplicação XML com facilidades para a especificação dos aspectos de interatividade, sincronismo espaço-temporal entre objetos de mídia, adaptabilidade, suporte a múltiplos dispositivos e suporte à produção ao vivo de programas interativos não-lineares.

Já o ambiente que controla a execução de aplicações baseadas nas APIs Java TV (baseada no GEM, Global Executable MHP, que tem custos de royalties) e Java DTV (desenvolvido especialmente para o SBTVD e livre de royalties) é chamado de Ginga-J (procedural) que possui facilidades especificamente voltadas para o ambiente de TV digital.

Para informações mais detalhadas, visite o site oficial: http://www.ginga.org.br

4- Em que ponto está o desenvolvimento deste middleware?
O Ginga-NCL desenvolvido pela Puc-RJ já está pronto para ser utilizado enquanto a o Ginga-J desenvolvido pela UFPB esta sendo refeito utilizando a API JavaDTV livre de royalties esse acredito que em breve estará disponível para uso.

5- De que forma o Ginga interfere na interatividade?
Você já ouviu falar da frase: “TV Digital interativa se faz com Ginga”, então se você possui um equipamento (seja ele uma TV, um celular, etc...) que receba sinal digital e não tenha o Ginga instalado (ou embarcado), você só recebera o sinal digital tendo uma melhora significativa em sua imagem, porem você não conseguirá ter interatividade, ou seja, sem Ginga sem Interatividade.

6- Qual a vantagem que o Ginga pode trazer para o sistema digital?
O grande diferencial do Ginga para os outros padrões de TV Digital existentes no mundo é a Portabilidade, Mobilidade, Interatividade e o Som multicanal (5.1), sem dúvida essas são as grandes vantagens que o Ginga está trazendo, sem dizer que é hoje o padrão de TV Digital mais avançado que existe que inclusive é recomendado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), órgão de padronização e regulamentação em telecomunicações ligado às Nações Unidas.

7- O que é TV digital?
É a tecnologia de transmissão de sinais de televisão em códigos binários 0 ou 1 como nos computadores, que proporcionará gratuitamente ao telespectador melhor qualidade de áudio e vídeo entre vários novos benefícios, como assistir televisão em movimento (dentro do carro, do trem, etc...) e interagir com os programas.

8- Como faço para acessar a TV digital?
Para acessar os canais em alta definição, é necessário ter um conversor digital (set-top box) ou uma TV com conversor embutido e uma antena UHF. Para obter a melhor qualidade das imagens de alta definição, também é preciso ter um aparelho de TV com tecnologia Full HD (1.920 x 1.080).

Como dito acima, isso não quer dizer que o telespectador terá interatividade, interatividade só com Ginga, caso não tenha o Ginga embarcado no equipamento terá somente a melhora do sinal.

9- Quais são as possibilidades que a implantação de um sistema de TV digital traz para o país?
As mudanças provindas da digitalização vão alem da melhoria da transmissão ou da programação, esta nova opção possibilita inovações em múltiplos campos, dando novas utilidades ao televisor ou mesmo dando a outros equipamentos eletrônicos a oportunidade de atuarem como reprodutores de sinal digital televisivo.

A adoção de uma plataforma nacional de middleware de código aberto, como o Ginga, que inclusive já foi adotado por vários países da América Latina e já existem outros países interessados fora do cone sul, como a África, possibilita a geração de empregos com mão de obra qualificada, dando mais incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento, fortalecendo e expandindo o mercado de software e conteúdo interativo dentro e fora do Brasil, mercado esse de alto valor agregado.

Mas essas possibilidades vão muito além disso.....

10- Quais são os diferenciais técnicos do sistema de TV digital? Muda o formato dos programas?
Os diferenciais foram respondidos no item 6.
O formato muda sim, os programas gravados e transmitidos em alta definição têm formato 16:9 (relação entre largura e altura da tela), como no cinema. Na transmissão analógica, o formato é mais quadrado: 4:3. Com a TV digital, será possível ter um ângulo de visão maior nos televisores mais modernos. Segue uma imagem para ter idéia de como isso acontece:

11- O padrão de alta definição torna mais difícil a produção de programas por pequenas emissoras?
Com o avanço e o barateamento das tecnologias digitais de produção audiovisual, um grupo maior de pessoas, coletivos e comunidades passam a ter acesso aos mecanismos de produção audiovisual com altíssima qualidade de áudio e vídeo com um pouco mais de facilidade.

Creio que ajudará no caso das comunidades que antes tinham chegar até uma grande emissora de televisão para apresentar seu conteúdo televisivo e ainda receber um não como resposta, com os canais públicos disponíveis essas comunidades poderão estar transmitindo seu conteúdo televisivo para sua e outras comunidades apresentando assim a diversidade cultural existente em nosso pais.

12- Como será a interatividade?
Quando for implementada você poderá interagir com o programa que estiver assistindo, como por exemplo, saber quem são os principais atores e a sinopse do filme, ou comprar um produto que aparece na tela e lhe interessa, ou participar de uma enquete. Serão muitas as opções só vai depender da necessidade e da criatividade dos fornecedores de conteúdo.

13- A que ponto está a aplicação da interatividade? O que falta para iniciar sua implantação?
A norma Ginga foi fechada recentemente e todo receptor deve estar em conformidade com a Norma da ABNT (NBR 15.606-1:4), agora estamos dependendo praticamente da indústria de recepção e software. A argentina começou esta semana a distribuição gratuita de 600 mil conversores, quem sabe não vamos importar conversores da Argentina com tecnologia nacional.

14- O que é multi-programação?
É a possibilidade das emissoras transmitirem mais de um programa simultaneamente - ou até mesmo ângulos de câmeras diferentes em um jogo de futebol na copa do mundo por exemplo. Com isso às emissoras tem a possibilidade de explorar desde alta definição até vários programas dentro de um mesmo canal.

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Watson Odilon é Coordenador do Grupo Ginga-DF, membro da Associação Cultural FAISCA, professor Universitário, Analista de Sistemas pós graduado em Sistemas Orientados a Objetos pela UNB e Mestrando pela UNB, com mais de 8 anos de experiência em desenvolvimento de sistemas e com 3 anos de experiência em TV Digital atuando como professor, desenvolvedor e palestrante.

sábado, 15 de maio de 2010

Seminário TV Digital e Interatividade

O Iesb promoveu, na terça-feira,11, o Seminário sobre TV Digital e Interatividade. O vídeo abaixo mostra como foi o evento.


quinta-feira, 13 de maio de 2010

Os novos paradigmas das Gerações Digitais

Olá pessoal.....
O texto abaixo foi escrito por Maria Cristina Gobbi. Quem se interessar é so entrar no site
http://gobbi.pro.br.


Os Novos Paradigmas das Gerações Digitais
Cultura da geração tecnológica digital: Outras formas de aprender e ver o mundo

Observamos que há, de maneira geral, certo pânico com referência ao sistema de aprendizagem da “nova geração”. Carregado de um viés muitas vezes pejorativo, denominado de instantaneidade, imediatismo, superficialidade, muitos pesquisadores recriminam a maneira como essa juventude adquire e administra seus conhecimentos.

Talvez a crítica feita a essa nova geração possa ser justificada com o que Kirsten Drotner (apud TAPSCOTT, 1999, p. 47) chama de “pânico da mídia”. Ele caracteriza 4 pontos para o abismo entre as várias gerações:

1) as gerações mais velhas estão inseguras quanto à nova tecnologia – que os jovens estão adotando;
2) gerações mais velhas tendem a sentir-se desconfortáveis com novos meios de comunicação – que estão se tornando cada vez mais populares na cultura jovem;
3) a mídia antiga teme a nova mídia;
4) a revolução digital, ao contrário das anteriores, não é controlada apenas por adultos. A lacuna é acentuada pelo fato de que o pânico de mídia é difundido pela antiga mídia. Os líderes dos tradicionais meios de comunicação são céticos, na melhor das hipóteses, quanto à nova mídia. Tanto o cinema quanto a imprensa escrita demonstram considerável apreensão com a televisão.

Ou ainda, é possível afirmar que se trata de uma mudança de paradigmas da cultura da juventude. Uma nova maneira de aprender e de ensinar, onde o conhecer-aprender primeiro e verificar depois deixam de existir. Hoje essa juventude aprende fazendo. Isso pode ser apontado como um dos resultados da rapidez com que as tecnologias estão entrando na vida das pessoas.

E com relação à TV Digital, como essa nova geração se comportará diante de todas as possibilidades que ela vai oferecer?

Embora esse novo modelo de comunicação tenha nascido, pelo menos aqui no Brasil, de forma disciplinada, com a participação da sociedade civil organizada, em pouco tempo as possibilidades comunicativas por ela descortinadas serão ampliadas de forma significativa. Ficará impossível o controle real por parte deste ou daquele grupo de comunicação.

Não obstante ainda futurista, a idéia de uma nova cultura comunicacional e da juventude, resultado da convergência das mídias mais tradicionais como o rádio e a televisão aliadas ao grande poder da internet, se torna real. Esse complexo de comunicação, que podemos chamar de “comunicação digital”, estará à mercê das forças do mercado consumidor, que é fundamentalmente dirigido por essa geração tecnológica digital.

Esta surgindo uma nova cultura jovem, que envolve muito mais do que simplesmente cultura de música pop, MTV e filmes + internet. É uma nova cultura no sentido mais amplo, definida como os padrões socialmente transmitidos e compartilhados de comportamento, costumes, atitudes e códigos tácitos, crenças e valores, artes, conhecimento e formas sociais. Esta nova cultura está arraigada na experiência de ser jovem e também de fazer parte da maior geração de todos os tempos. Porém, mais importante, é a cultura que está se originando do uso da mídia digital interativa por parte dos N-Gens e da “geração tecnológica-digital”. Devemos ficar atentos, porque a cultura que flui dessas experiências no ciberespaço prenuncia a cultura que criará futuros líderes no mercado de trabalho e na sociedade (TAPSCOTT, 1999, p. 53).

Trata-se de uma mudança real de paradigmas, onde o “aprender e fazer” dá lugar ao “aprender fazendo”. É uma geração que amplia a visão de mundo, de sociedade, de interação e participação. Defendem que a auto-expressão é uma necessidade vital, estão preocupados com a inclusão social, participação e aplicabilidade, “(…) consideram o acesso à informação e a expressão de opiniões, direitos fundamentais” (TAPSCOTT, 1999, p. 67).

Essa nova cultura nasceu porque essa geração vive e respira inovação, estão sempre abertos a novas experiências, novos aprendizados e buscam, constantemente, aperfeiçoar o modo como as coisas são realizadas. Na verdade, com bem afirma Tapscott (1999, p. 69), os tecnológicos digitais não aceitam o certo, no sentido do fato consumado, ao contrário, eles investigam, querem fazer funcionar e não saber como funciona. Eles não se sentem intimidados diante do conhecimento novo, das oportunidades oferecidas pelas tecnologias. Isso não pode ser definido como superficialidade, mas como imediatismo, não no sentido pejorativo atribuído ao termo, mas como aplicação real, rápida e eficaz daquilo que está sendo apreendido.

Imediatismo à medida que os sistemas vão se tornando em tempo real e a informação move-se à velocidade da luz, o metabolismo da cultura jovem se acelera. (…) as crianças da era digital esperam que as coisas aconteçam, porque em seu mundo as coisas acontecem rapidamente (TAPSCOTT, 1999, p. 71).

É uma nova forma de aprender e de fazer comunicação através da interatividade. Todos participam e são estimulados ao debate e a troca de informações. Até podemos afirmar que a televisão analógica pode ser considerada interativa, mas com um sistema fechado, onde não há diálogo.

Com a tecnologia digital haverá um boom de possibilidades, com uma grande variedade de opções, alterando o sentido de monocultura para pluricultura, principalmente com referência a televisão. Teremos, finalmente, não mais a televisão “feita para você, mas por você. A adição da interatividade à televisão permitirá que os expectadores tornem-se usuários – por exemplo, durante um programa de entrevista, fazendo perguntas, votando, dando opiniões, pedindo informações complementares ou elaborando mais algum tópico”. Também, aliando o conceito de multitarefa da juventude com as ferramentas de hipertexto, novas formas de estruturar o pensamento estão sendo conhecidas e reconhecidas. É o desafio de pensar por estruturas de hiperlinks (TAPSCOTT, 1999, p. 78).

Assim, temos que aprender a aprender para além do discurso. Neste sentido é fundamental e imediato sairmos da geração Vila Sésamo para a Geração Vídeo Game. Esse será, sem dúvidas, o nosso grande desafio como educadores e pesquisadores.

Referências bibliográficas
TAPSCOTT, Don. Growing Up Digital. The rise of the Net Generation. McGraw-Hill, 1999.

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Maria Cristina Gobbi é Pós-Doutora pelo Prolam-USP (Universidade de São Paulo), Doutora em Comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), Diretora-suplente da Cátedra Unesco de Comunicação. Professora do programa Pós-Graduação Stricto Sensu em TV Digital e Comunicação da Unesp de Bauru. Coordenadora dos Grupos de Pesquisa Pesamento Comunicacional Latino-Americano e Comunicação Digital e Interfaces Culturais na América Latina do CNPq. Diretora de Documentação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).

Por:Maria Cristina Gobbi
Blog Agente Digital AOC

domingo, 2 de maio de 2010

A nova "onda" tecnológica



A nova tecnologia que está dando o que falar é a TV Digital. Essa nova forma de assistir televisão promete grandes avanços tecnológicos e maior comodidade para o telespectador. A TV Digital é uma transmissão de sinais que proporcionará melhor qualidade nas imagens e no som de sua televisão, além de diversos outros benefícios.
Os programas de TV chegarão à casa das pessoas como um fluxo de bits. Esta informação digital pode ser armazenada, alterada em parte, trocada, recuperada e combinada com outras informações. É como se com a TV Digital o computador virasse televisão ou a televisão virasse computador.

Através da TV Digital as pessoas poderão ver televisão em deslocamento e interagir com os programas. Quando implementada, o telespectador poderá comprar produtos que lhe interessam diretamente com o controle remoto, ter informações adicionais como, por exemplo, câmeras em diferentes lugares nos jogos de futebol, participar de enquetes e até mesmo fazer transações bancárias diretamente do sofá de casa. O telespectador deixará de ser passivo à programação.
Em 2007, foi dado início a este projeto. Hoje, três anos depois, os telespectadores podem assistir aos programas de TV com a melhor qualidade de imagem em mais de 30 cidades brasileiras. A antena de transmissão digital já está instalada em cidades como, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Campinas, Cuiabá, Florianópolis, Vitória, Uberlândia, Santos, Campo Grande, Fortaleza, Recife, entre outras.
Para fazer parte dessa nova onda tecnológica, que cresce a cada dia, e proporciona imagens em alta definição, interatividade, qualidade de som e portabilidade, será necessário que a pessoa ligue seu conversor digital ou seu televisor integrado a uma rede de telecomunicações, como a banda larga. Assim será possível interatividade completa, porém é bom saber que a nitidez da imagem será sempre limitada pela resolução da tela da TV.